A família, no decorrer da evolução histórica, passou por várias transformações. Novas configurações familiares levam os pais a assumirem novos papéis, gerando assim contradições tais como pais mais liberais e outros que permanecem numa postura tirana em relação aos filhos.
Mesmo diante das transformações no meio familiar, a relação dos pais com os filhos na adolescência ainda é uma questão não resolvida e com a qual os pais encontram dificuldade. A adolescência, por ser um momento de transformação física e emocional, por apresentar uma vivência do luto do corpo, do luto dos pais da infância, onde espaços ficam restritos e a sensação de lugar sem saída, leva os adolescentes a um embate com seus pais, deixando comprometido o contato entre eles.
Hoje muito se fala de família, da nova configuração familiar e da desvalorização ou não dessa instituição, mas pouco se fala das dificuldades encontradas pelos pais e filhos na busca desta integração, que acabam resultando na interrupção de contato.
A maioria dos adolescentes que chegam à clínica, vem por demandas referentes a relacionamento com os pais. Há um afastamento normal e necessário nessa fase, como já dissemos em outros posts. Porém esse afastamento não precisa necessariamente ser negativo. É possível viver esse afastamento e ainda assim manter o vínculo de amor e disciplina necessários. De acordo com artigo publicada no site Uol, segue uma relação com os principais erros para esse momento:
1. Não entender que os filhos cresceram
As crianças são muito ligadas aos pais. Mas, na adolescência, há um afastamento natural, para que os filhos possam testar sua independência e autonomia. E isso não significa que os jovens não gostam mais de seus pais. Os adultos devem entender esse momento e dar mais liberdade (claro, com limites). Não dá para permitir tudo, mas é um erro impedir que os adolescentes tenham experiências novas, afinal, eles cresceram e precisam disso para a construção da identidade.
Como os pais podem lidar com o cérebro do adolescente?
2. Minimizar as descobertas
Os pais costumam dizer aos filhos que sabem perfeitamente pelo que eles estão passando, pois já viveram tudo aquilo. E, portanto, acham que podem dizer qual é o melhor caminho. Isso é um erro. É preciso respeitar o momento do filho, sem impor seu modo de pensar. Por mais que tenhamos ideia de como é, agora é a vez deles. É impossível impedir o sofrimento dos filhos. Todos têm tristezas e dificuldades. Os jovens também.
3. Não saber como controlá-los
Os adolescentes se consideram maduros e não gostam de dar satisfações. Mas precisam. E o ideal é fazer com que isso aconteça naturalmente, sem a necessidade de cobrar explicações. Se os adolescentes são tratados com respeito, geralmente, retribuem da mesma maneira. Pais que julgam bloqueiam os filhos, que se fecham.
Em uma relação saudável, as conversas fluem normalmente. Isso inclui falar sobre que estão passando, apresentar os amigos, compartilhar as experiências. O conselho é dar espaço para que o filho se abra, sem que sinta medo de ser julgado. Quebre o clima de tensão entre vocês com bom humor.
Não minimize as descobertas do seu filho sempre repetindo que já passou por tudo isso
4. Exagerar nas cobranças
A adolescência é uma fase de muitas cobranças. Os pais querem que os filhos tenham um bom futuro, estudem, tenham boas companhias, criem responsabilidade, não se envolvam com drogas… A sugestão é escolher a forma certa de cobrar. Os pais devem ser afetuosos, senão não funciona. Não podem apenas cobrar. A cobrança precisa ser intercalada com carinho, diversão, momentos descontraídos e diálogos. Muita pressão cansa os dois lados: adolescentes e pais.
5. Não saber dar liberdade
Podar demais não dá certo. Deixe que o seu filho durma na casa dos amigos. Ligue para os pais do amigo, certifique-se de que é seguro e permita.
Os pais têm dificuldade para saber qual é o momento certo de permitir que os filhos saiam à noite. Aos 15 ou 16 anos, eles querem chegar mais tarde em casa. Querem ir para as baladas. Deixe-os ir, mas é importante ir buscá-los, para ver como saem dessa balada (se estão com os olhos vermelhos ou bêbados, por exemplo). Combine um horário condizente com a idade e a maturidade do seu filho.
6. Demonstrar falta de confiança
Certificar-se de que o seu filho está em segurança é bem diferente de vigiá-lo. O filho pensa que, se o pai não confia nele, pode fazer o certo ou o errado, pois não fará diferença. Investigar exageradamente não estimula a responsabilidade. Gera um clima de desconfiança –e as relações íntimas são baseadas na confiança. Diga para o seu filho que quer se assegurar de que ele estará bem e informe-se, mas não aja às escondidas.
7. Desesperar-se nas crises
Os adolescentes dão trabalho. Mas é essencial agir com cautela. As reações precisam ser proporcionais aos fatos. Se o seu filho entrou em coma alcoólico é uma coisa, se chega cheirando a bebida é outra. Os pais devem hierarquizar a gravidade dos problemas.
Ter uma reação desmedida (ou dar broncas muito frequentes) estimula o filho a mentir. Para o adolescente, o problema é a bronca. Ele não pondera se suas atitudes podem ser perigosas. Por isso, converse com calma, para entender as razões que o levaram a fazer escolhas erradas. Descubra se é algo frequente e explique as consequências
Como melhorar a relação dos pais e seus filhos adolescentes
8. Constranger os filhos
Na adolescência, é comum os filhos terem vergonha dos pais. Tente compreender isso. Os pais são munidos de informações que podem envergonhar o filho diante dos amigos. Particularidades que só os pais sabem, mas que o jovem não quer que sejam reveladas.
Os adultos precisam evitar expor a intimidade dos filhos, pois, muitas vezes, o deixam constrangido. Evite, também, estender muito as conversas com os amigos dele. Pai e mãe não são amigos. Pais que querem ser amigos não estão sendo bons pais. A relação precisa ser hierárquica. Isso não significa que tenha de ser ruim. A diferença é que, com amigos, temos relações de igual para igual. Entre pais e filhos não é assim. Os pais podem ser bacanas, compreensivos, divertidos, mas são pais.
9. Colocar seu filho em um altar
Pare de pensar que ninguém está à altura do seu filho. É comum os pais colocarem defeitos em todos os amigos e, principalmente, nos namorados que os adolescentes têm. O excesso de julgamento faz com que os filhos se fechem. O resultado de tantas críticas é que os filhos passam a esconder namorados e amigos dos pais. Eles perdem a vontade de apresentar pessoas com quem convivem e começam a ficar mais na rua do que dentro de casa.
10. Fazer chantagens
Ameaçar cortar a mesada, caso o filho não obedeça, é muito comum. Assim como dizer que, enquanto ele viver às suas custas, não poderá tomar certas atitudes. Isso é uma chantagem e não educa. Os pais devem explicar as razões que os levam a proibir determinados comportamentos.
Com ameaças, o jovem apenas obedece para não perder um benefício. Agindo assim, a relação entre pais e filhos fica muito rasa. É como beber e dirigir: quem não faz, pois sabe que é perigoso para si e para as outras pessoas, compreende o problema. Quem deixa de fazer apenas por medo da multa, não entende os riscos.
Como anda a relação com seus filhos? Eu me incluo sem dúvida em alguns deles. Vamos passar a ser diferente? Me conta nos comentários em qual você se inclui.
Eu me incluo na fazer ameaças….Eu vejo hoje muito mimimi na educação dos filhos, tiraram a autoridade dos pais, hoje em dia não pode mais falar alto com o (a) filho (a), não pode gritar com o (a) filho (a), não pode dar bronca no (a) filho (a), não pode corrigir o (a) filho (a) com umas palmadas ou chineladas, pq tudo traumatiza…Fica muito difícil criar filhos assim, pq ás vezes é difícil o (a) filho (a) obedecer ou respeitar os pais só com o dialogo ou até tirando o que mais gosta, sem o pai ou a mais as vezes ser mais duro (a). Lembrando ainda que a palavra de Deus nos ensina a orientar, instruir, repreender e disciplinar fisicamente os nossos filhos.
Olá Walter, tudo bem?! Seja muito bem vindo.
Realmente concordo com você! E com certeza criar nossos filhos em na palavra é essencial. O dialogo acima de tudo é primordial!
Gratidão por estar por aqui!